A intuição como método – Pensando Henri Bergson



Intuição significa para Henri Bergson, a apreensão imediata da realidade por coincidência com o objeto. Em outras palavras, é a realidade sentida e compreendida absolutamente de modo direto, sem utilizar as ferramentas lógicas do entendimento: a análise e a tradução. Isto é, a intuição é uma forma de conhecimento que penetra no interior do objeto de modo imediato sem o ato de analisar e traduzir. A análise é o recorte da realidade, mediação entre sujeito e objeto. A tradução, é a composição de símbolos linguísticos ou numéricos que, analogamente a primeira, também servem de mediadores. Ambas são meios falhos e artificiais de acesso à realidade. Segundo Bergon, somente a intuição pode garantir uma coincidência imediata com a realidade sem símbolos nem repartições. Em filosofia, intuição é o processo de apreensão racional não-discursiva de um fenômeno ou de uma relação. Se a razão discursiva se caracteriza por um processo paulatino que culmina numa conclusão, a intuição é compreensão direta, imediata de algo.

Diante disso, penso que a essência da filosofia é o espírito de simplicidade. Filosofar é um ato simples e a complexidade é aparência. Por isso filosofar, para Henri Bergson implica o método da intuição, que é um ato simples, mas que necessita de precisão em seus conceitos e estes precisam ser inventados para cada objeto de estudo. Portanto, a metafísica é a espécie da eternidade que busca a intuição como método da duração.

A intuição é a simpatia pela qual nos transportamos para o interior de um objeto para coincidir com o que ele tem de único. Ao contrário da análise que é a operação que reduz o objeto a elementos já conhecidos. Analisar consiste em exprimir uma coisa em função do que não é ela. Bergon não aceita a ciência como análise. Para ele a análise não serve como conhecimento filosófico, pois esta é um estado psicológico abarcado por partes e não pelo todo, como é a duração; a intuição é direta e simples.

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